terça-feira, 27 de setembro de 2016

Diálogo entre os Saberes


Diálogo entre os saberes

      Existe um questionamento presente durante todo o processo de formação dos indivíduos durante os mais de 20 anos de escolarização exigidos na educação formal, que é: qual a importância deste conteúdo para minha vida? Para a minha Profissão? A relação entre os conteúdos trabalhados em sala muitas vezes não ficam claros como poderão ser utilizados no dia-a-dia. Este é um dos pontos que de fato “desanima” e dificulta o processo de aprendizado, deixando passar despercebida a necessidade de tais conteúdos.

     A partir de uma pesquisa realizada pela Fundação Lemann, com o título: Projeto de Vida: O papel da Escola na vida dos Jovens foi concluído, “Existe uma grande desconexão entre o conhecimento e as habilidades exigidos na vida adulta e o que ensinado na Escola” (Fundação Lemann; Pesquisa Projeto de vida; pg.05).

   Esta conclusão pode ser vivenciada em diálogos com jovens nas comunidades, na verificação do percentual de evasão escolar; na dificuldade de graduandas (os) em faculdades, ou seja, faz parte do nosso cotidiano. Então precisamos perguntar: O que fazer diante desta situação? Como tornar os conteúdos mais interessantes? Como fazer com que estes conteúdos dialoguem com a vida das pessoas? Como fazer com que estes sejam experieciados no cotidiano das educandas (os), Como fazer para que a escola seja uma grande encubadora de saberes, experiências e treino de habilidades.

     É evidente que aqui não teremos uma receita pronta, mas faz parte do nosso objetivo suscitar os questionamentos, vislumbrar as possibilidades e estabelecer a construção de um conhecimento situado e estimulador do crescimento pessoal e profissional. Esta reflexão precisa interessar aos educadores, docentes, bem como, aos educandos e discentes, pois o processo de aprendizado precisa ser dialética, conjunta.
     Uma das possibilidades é reconhecer os educando e discentes, em sua história, sua família, sua religião, sua comunidade como fonte de conhecimento. Neste sentido pode aparecer outros  questionamento no sentido da impossibilidade de dar conta de uma realidade diversa, multicultural, então podemos apontar para o caminho do perfil do alunado, perfil dos integrantes daquele curso ou graduação, a sondagem das habilidades existentes, a troca de experiências, ou seja, o diálogo entre os saberes. O diálogo entre conteúdos aprendidos e a prática profissional precisa ser constante e estimulada durante todo o processo de aprendizagem.

     Então agora o meu diálogo é com os educandas (os), graduandas (os), estudantes em geral, se o ambiente de formação não te propõe nestas perspectivas de construção do conhecimento, saiba que você é parte ativa deste processo e precisa estar atentas (os) nesta construção. Neste sentido vamos pensar juntas (os) em questionamentos que precisam ser freqüentes: Como estes conteúdos serão utlizados na minha profissão? Qual a importância e necessidades destes? Quais as habilidades necessárias? Quais dessas habilidades já detêm e quais precisam alcançar? Como posso promover um diálogo entre o aprendido na Escola, Faculdade, Curso com a minha realidade familiar, comunitária e profissional. Os questionamentos fazem parte do que Paulo Freire chama de curiosidade epistemológica e é fundamental no processo. Por falar no Mestre da Educação Popular, o mesmo diz “...que se precisa é possibilitar, que, voltando sobre si mesma, através da reflexão sobre a prática, a curiosidade ingênua, percebendo-se como tal, se vá tornando crítica. (Paulo Freire, 1996, pg. 30). 
Com esta reflexão seguimos firme na intenção de envolve-los em um processo coletivo e continuo de formação continuada, onde questionamos o posto, mas sobretudo nos colocamos como parte integrante da construção do conhecimento, tendo como fio condutor, o entrelaçamento dos saberes.
 
Verifiquem a Pesquisa da Fundação Lemann, citada no texto:

 
  

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