Diálogo entre os saberes
A partir de uma pesquisa realizada pela
Fundação Lemann, com o título: Projeto de Vida: O papel da Escola na vida dos
Jovens foi concluído, “Existe uma grande desconexão entre o conhecimento e as
habilidades exigidos na vida adulta e o que ensinado na Escola” (Fundação
Lemann; Pesquisa Projeto de vida; pg.05).
Esta conclusão pode ser vivenciada em diálogos
com jovens nas comunidades, na verificação do percentual de evasão escolar; na
dificuldade de graduandas (os) em faculdades, ou seja, faz parte do nosso
cotidiano. Então precisamos perguntar: O que fazer diante desta situação? Como
tornar os conteúdos mais interessantes? Como fazer com que estes conteúdos dialoguem com
a vida das pessoas? Como fazer com que estes sejam experieciados no cotidiano das
educandas (os), Como fazer para que a escola seja uma grande encubadora de
saberes, experiências e treino de habilidades.
É evidente que aqui não teremos uma
receita pronta, mas faz parte do nosso objetivo suscitar os questionamentos, vislumbrar
as possibilidades e estabelecer a construção de um conhecimento situado e
estimulador do crescimento pessoal e profissional. Esta reflexão precisa
interessar aos educadores, docentes, bem como, aos educandos e discentes, pois
o processo de aprendizado precisa ser dialética, conjunta.
Uma das
possibilidades é reconhecer os educando e discentes, em sua história, sua família,
sua religião, sua comunidade como fonte de conhecimento. Neste sentido pode
aparecer outros questionamento no sentido da impossibilidade de dar conta de uma
realidade diversa, multicultural, então podemos apontar para o caminho do
perfil do alunado, perfil dos integrantes daquele curso ou graduação, a
sondagem das habilidades existentes, a troca de experiências, ou seja, o
diálogo entre os saberes. O diálogo entre conteúdos aprendidos e a prática profissional
precisa ser constante e estimulada durante todo o processo de aprendizagem.
Então agora o meu diálogo é com os
educandas (os), graduandas (os), estudantes em geral, se o ambiente de formação
não te propõe nestas perspectivas de construção do conhecimento, saiba que você
é parte ativa deste processo e precisa estar atentas (os) nesta construção.
Neste sentido vamos pensar juntas (os) em questionamentos que precisam ser freqüentes:
Como estes conteúdos serão utlizados na minha profissão? Qual a importância e
necessidades destes? Quais as habilidades necessárias? Quais dessas habilidades
já detêm e quais precisam alcançar? Como posso promover um diálogo entre o aprendido
na Escola, Faculdade, Curso com a minha realidade familiar, comunitária e
profissional. Os questionamentos fazem parte do que Paulo Freire chama de
curiosidade epistemológica e é fundamental no processo.
Por falar no Mestre da Educação Popular, o mesmo diz “...que se precisa é possibilitar,
que, voltando sobre si mesma, através da reflexão sobre a prática, a
curiosidade ingênua, percebendo-se como tal, se vá tornando crítica. (Paulo
Freire, 1996, pg. 30).
Com esta reflexão seguimos firme na
intenção de envolve-los em um processo coletivo e continuo de formação
continuada, onde questionamos o posto, mas sobretudo nos colocamos como parte
integrante da construção do conhecimento, tendo como fio condutor, o
entrelaçamento dos saberes.